sexta-feira, 8 de março de 2013

Happy and unhappy....Can be?

vocês alguma vez se sentiram felizes e tristes ao mesmo tempo?
a decisão que vos pode fazer feliz, provocou em vocês dor?
eu sinto-me assim...
a alguns dias de partir rumo ao sonho de uma vida...de poder efetivamente sentir-me realmente eu, ao cuidar de quem mais precisa, ao ser enfermeira... deixo para trás tudo aquilo que faz de mim quem hoje sou, e porquê?
porque o meu país investiu em mim, e agora, que sou uma pessoa qualificada, trabalhadora, competente obrigam-me a exercer num novo país, que me alberga de braços abertos, reconhecendo o meu valor e talento.
E o que deixo para trás?
TUDO!
Os meus avós (que levo sempre comigo) mas com quem não vou poder partilhar os últimos dias da sua vida, a quem não vou poder abraçar e dar todas as noites um beijinho e desejar bons sonhos... vou deixá-los, a eles que nunca, em momento algum, me abandonaram... a eles que lutaram, acreditaram e se orgulham de mim, a eles as pessoas a quem devo o mais profundo agradecimento por estar aqui hoje, de cabeça erguida e coração nas mãos a escrever para vós.
Como se sentiriam ao ver tristeza nos olhos das pessoas que mais amam? Ouvi-los em confidências dizendo baixinho: não sei quanto tempo durarei.  
A minha mãe, exemplo que levo para a vida, de luta e garra... e que provavelmente, também ela, me vai acompanhar nesta ida além fronteiras...
O meu irmão, o irmão mais velho, sabem o que isso é? Pois eu explico-vos: são chatos, e pensam que podem mandar em nós porque são mais velhos, e quando somos crianças, mesmo revoltadas, submetemo-nos à ditadura... sabem o que acontece quando crescemos? São os nossos maiores guarda-costas! Protegem-nos contra tudo e contra todos, e quando algo de mais nos acontece, apesar de não demonstrarem, choram por dentro...
Com quem vai ele agora implicar? Já pensaram nisso? E a ele, quem o protege? Quem lhe apara esta dor?
Os meus amigos, que me aceitam como sou, ue estão lá sempre para aplaudir as minhas vitórias, que choram comigo nas derrotas, que aturas as minhas paranóias sempre com um sorriso nos lábios, mesmo quando só lhes apetecia dar-me uma "trolitada" para ver se atino da cabeça. Os verdadeiros, que sempre contra tudo e contra todos estiveram e estão do meu lado, e que em momentos de dor e revolta me pedem para ficar.
Como se sentiriam uma pessoa que esteve contigo no pior momento da tua vida, e pedir para também agora ficares ao seu lado, para ficares? Bem sei que me apoiam... e que sabem que isto é o melhor para mim, mas também a eles custa a distância, que porem, sabem, que jamais separará o que juntos contruímos.
O sol, que me dá vida... que brilha para iluminar os dias, por mais tristes que estes possam ser.
A comida, ai, a comida (de pensar já salivo!)... bem sabem que não há quem cozinhe melhor que as nossas avós. (Quem sabe não vivarei a "avó" lá em ingaterra!)
O povo, a cultura, os cheiro e as cores, as paisagens....e até dele, que teima em permanecer onde não deve!

E quando penso em tudo isto, lembro-me da resposta que dei à umas semanas a um e-mail de um professor, quando agradecia a referência que ele me havia escrito: "Bem sabe que sair daqui não era de todo o que queria... mas o sonho falou mais alto, e sei que ao ser enfermeira serei muito feliz... Acredito que essa felicidade, irá superar as saudades, ou pelo menos, dar-lhes uma boa causa!"


Até amanhã!
A'

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